quinta-feira, 26 de março de 2009

Muito Prazer, Zezé!



“Muito prazer eu sou Zezé
Mas você pode me chamar como quiser
Eu tenho fama de ser maluquete
Ninguém me engana nem joga confete
Ma pra quem gosta de amar e segredo
Eu sou um prato cheio
Eu quero dar uma colher
Eu sou Zezé”

Com estes versos, escritos por Rita Lee, se apresentava à cena musical brasileira, em 1978, Maria José Motta de Oliveira, mais conhecida como Zezé Motta.

Na verdade sua carreira começara bem antes. Nascida na cidade fluminense de Campos dos Goytacazes, a menina Maria José, filha de um músico e de uma costureira, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro quando tinha dois anos de idade.

Começou a fazer teatro participando do grêmio recreativo da escola e conseguiu depois uma bolsa de estudos no Tablado, onde foi aluna de Maria Clara Machado.

A carreira profissional teve início em 1967, quando ela participou do elenco da antológica “Roda Viva”, de Chico Buarque.

Depois participou das montagens de “Fígaro, Fígaro”, “Arena canta Zumbi” e “A Vida Escrachada de Joana Martini” e “Baby Stompanato” (todas em 1969); “Arena Conta Bolívar” (1970), “Orfeu Negro” (1972) e “Godspell” (1974).

No cinema, sua estreia se deu em 1970, no longa `Em Cada Coração um Punhal”, de José Rubens Siqueira e João Batista de Andrade. No mesmo ano atuou em “Cléo e Daniel”, de Roberto Freire. Em seguida, participou de filmes como “Vai Trabalhar Vagabundo” (1973), `Um Varão Entre as Mulheres’ (1974), `A Rainha Diaba’ (1974) e `Banana Mecânica’ (1974).

Na TV, estreou em 1968, com um pequeno papel na novela “Beto Rockfeller”. Depois participou de “A Patota” (1972), “Supermanoela” (1974) e “Duas Vidas” (1976).

Iniciou sua carreira de cantora em 1971, apresentando-se como crooner das casas noturnas Balacobaco e Telecoteco (SP). Produzida por Guilherme Araújo, apresentou-se também em show realizado no Museu de Arte Moderna (RJ). Em 1975, gravou, com Gerson Conrad, o LP “Gerson Conrad e Zezé Motta”, o primeiro de sua carreira. Contudo, seu primeiro LP solo foi "Zezé Motta”, de 1978, que contém a música “Muito Prazer Zezé”, além de outros grandes sucessos, como “Magrelinha” (Luiz Melodia), “Trocando em Miúdos” (Chico Buarque - Francis Hime), “Rita Baiana” (Geraldo Carneiro - John Neschling), “Dores de Amores” (Luiz Melodia), “Crioula” (Moraes Moreira), “Pecado Original” (Caetano Veloso) e “Babá Alapalá” (Gilberto Gil). Uma bela estreia, cercada da nata de compositores da MPB.

Faltou falar aqui do divisor de águas de sua carreira: o filme “Xica da Silva”, de Cacá Diegues.

Mas isso é assunto para um próximo post...


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